quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Usuários processam comScore por violação de privacidade


Uma ação judicial coletiva apresentada em um tribunal de Chicago (EUA) na terça-feira (23/8) acusa a empresa de rastreamento e análise online comScore de coletar secretamente números de seguro social (espécie de CPF nos EUA), de cartão de crédito, senhas e outros dados dos sistemas dos consumidores.
A ação também acusa a empresa de diversos outros delitos, como alterar as configurações de segurança e abrir “portas traseiras” dos sistemas de usuários finais, roubar informações de arquivos de texto, e-mails e PDFs, redirecionar o tráfego de usuários e introduzir códigos de compilação de dados em navegadores e aplicativos de mensagens instantâneas (IM).
O processo em questão foi aberto por duas pessoas, uma de Illinois e outra da Califórnia. Elas alegam que seus direitos de privacidade foram violados pelo software de coleta de dados da comScore. A ação busca um mandado contra as práticas da companhia e reparo a danos pelas supostas violações de leis americanas que regulam transmissão e armazenamento de dados e criminalizam abuso e fraude cibernética, entre outras.
“O alcance e a amplitude dos dados que a comScore coleta dos consumidores são assustadores”, alega a denúncia de 30 páginas.
"Fatos incorretos"
Em uma declaração por e-mail, o porta-voz da comScore, Andrew Lipsman, chamou o processo de “sem mérito”. “Nós revisamos o processo e achamos que ele não possui mérito e está cheio de fatos incorretos”, disse. “a comScore tem a intenção de se defender agressivamente dessas acusações.”
A comScore é uma das maiores companhias de medição de audiência online e rastreamento de usuários do mercado. Entre seus 1,8 mil clientes estão diversos sites de comércio eletrônico, varejistas, agências de publicidade e editoras.
A empresa oferece uma variedade de serviços para permitir que seus clientes rastreiem e criem um perfil dos usuários da Internet para propósitos de medição de audiência e publicidade direcionada.
O software que a companhia utiliza para fazer esse rastreamento é normalmente baixado em sistemas dos clientes juntamente com programas gratuitos como proteções de tela e softwares de compartilhamento de música.
Em outros casos, os usuários são encorajados a baixar o software em troca de uma chance de entrar em promoções gratuitas e incentivos parecidos.
Intrusão
O processo caracteriza os programas da comScore como ferramentas intrusivas de vigilância que permitem que a companhia monitore todas as ações tomadas pelo usuário na web. Para coletar dados, o programa da companhia modifica as configurações de firewall de um computador, redireciona o tráfego da Internet, e pode ser atualizado e controlado de forma remota, alega a denúncia.
O software seria “impenetrável” frente as tentativas dos usuários de desinstalá-lo. E quando um usuário consegue apagar o programa, ele ainda deixa para trás um “certificado de root” não confiável que expõe o usuário a várias ameaças de segurança, acusa a ação judicial.
Para fornecer seu serviço, a comScore “constantemente coleta, monitora e analisa todo movimento online, não importa o quão privado seja, de mais de 2 milhões de pessoas”, afirma o processo.
Essa é a segunda vez nos últimos dias que o assunto de rastreamento online veio à tona. Na última semana, um pesquisador da Universidade de Stanford lançou um relatório expondo o uso persistente de “supercookies” por parte da Microsoft para rastrear usuários em seu MSN e outras redes.
Após a publicação da informação, a Microsoft alegou que os cookies eram usados inadvertidamente e disse que havia desabilitado os “supercookies” imediatamente.
Fonte: IDGNow

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