sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Falha da HP revela dificuldade de grandes fabricantes em smartphones


Fabricantes como HP, Dell, Acer e Toshiba podem até dominar o mercado de PCs, mas suas tentativas de estender seus domínios aos smartphones foram um fracasso, como evidencia a decisão da HP, na quinta-feira (18/8), de interromper o desenvolvimento de produtos com o sistema webOS.

Dos quatro fabricantes, a que teve mais sucesso no segundo semestre foi a Toshiba, mas sua fatia de mercado foi de apenas 0,3%, segundo o Gartner.

Uma marca forte no setor de PC e dinheiro sobrando (a HP gastou 1,2 bilhão de dólares na compra da Palm, em abril) não foram suficientes para cavar uma posição no competitivo mercado de smartphones, explica Francisco Jeronimo, gerente de pesquisas do IDC.

“Quando até concorrentes de peso como Nokia, Sony Ericsson, LG e RIM têm problemas, é difícil imaginar como fabricantes de PC poderiam ser bem-sucedidos”, ponderou Roberta Cozza, analista principal do Gartner.

Um dos maiores problemas que a HP e outros fabricantes enfrentam é a falta de interesse das operadoras em seus produtos. E as operadoras – e seus subsídios – têm um papel muito importante nas vendas de smartphones.

“Eles precisam chegar [ao mercado] por intermédio das operadoras, e é aí que seus problemas começam porque eles não têm as parcerias necessárias”, disse Jeronimo.
Sem as operadoras para oferecer seus produtos, o interesse do consumidor não avançará e o interesse das operadoras continuará a ser morno.

“É um círculo vicioso”, disse Roberta.

Ameaça chinesa
Os fabricantes de PC não têm apenas de lidar com marcas fortes em smartphones, como Apple, Samsung e HTC. Os fabricantes emergentes chineses, como ZTE e Huawei, são extremamente agressivos quando o assunto é ganhar mercado com celulares de baixo custo, de acordo com Geoff Blaber, analista da CCS Insight.

A estratégia chinesa de baixar custos têm-se mostrado vencedora. A ZTE ultrapassou a RIM e tornou-se a quinta maior fabricante de celulares do mundo no segundo trimestre, segundo o Gartner. A Huawei aparece na nona posição.

Para os fabricantes que não querem ser arrastados numa guerra de preços com a Huawei e a ZTE, a saída é a diferenciação. E os fabricantes de smartphones já estabelecidos têm feito o máximo para desenvolver ofertas exclusivas. Por exemplo, na semana passada a HTC investiu na Beats Electronics, empresa americana de fones de ouvido, para ajudar a melhorar a qualidade do som de seus aparelhos.

Mas os vendedores de PCs falharam em diferenciar seus produtos de forma perceptível, explicou Roberta.
Jeronimo acredita que outros fabricantes de PC seguirão o caminho da HP em breve. Se a Acer não melhorar seu destino em smartphones nos próximos trimestres, ela também desistirá. “Eu não vejo por que a Acer continuaria a investir, já que ela concorre neste setor há mais de um ano sem sucesso.”

Muitos dos fabricantes de PC têm tentado ganhar reputação por si mesmos no explosivo mercado de tablets. Mas as chances de sucesso não são tão grandes, como demonstram as fracas vendas do TouchPad da HP.

“Hoje, não há realmente um mercado além do iPad”, julga Roberta.
Blaber concorda. “Um grande número de concorrentes têm se queimado com os tablets, e a verdade é que suas expectativas com esse mercado eram muito altas”, concluiu.

Fonte: IDGNow

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